Indicadores

No eixo de Monitoramento do CRIA está prevista a definição de indicadores nacionais de prevenção, que poderão orientar tanto a avaliação das ações no campo de pesquisa, como o monitoramento por parte dos gestores. Todas as ações implementadas pela SENAD possuem indicadores de monitoramento, e os dados serão disponibilizados e atualizados. Hoje, já é possível acessar dados a respeito da capacitação dos profissionais no Currículo Europeu de Prevenção (EUPC Brasil) e os dados sobre as pesquisadoras e pesquisadores inscritos no Edital do Comitê Científico.

O que são indicadores? 

Os indicadores podem ser definidos como informações (ou em outras palavras dados processados) que permitem a descrever, classificar, comparar, ordenar ou quantificar de forma sistemática as dimensões específicas da realidade. 

São medidas construídas e definidas para atender as necessidades dos tomadores de decisão. Esse fator subjetivo na construção de indicadores e seleção de dados merece ser destacado, já que os dados responderão somente àquelas perguntas feitas pelo gestor. Por isso é muito importante ampliar as dimensões a serem monitoradas e avaliadas no campo da prevenção, para além das taxas de prevalência do uso de álcool e outras drogas. Há uma variedade de indicadores que precisam orientar a escolha e a operacionalização das ações de prevenção para que os resultados e impactos desejados sejam alcançados.

No campo de monitoramento e avaliação das políticas públicas, os indicadores costumam ser classificados de acordo com as dimensões operacionais, em quatro categorias a seguir: 

  • Indicadores-insumo: associados a disponibilidade de recursos (humanos, financeiros ou de equipamentos) necessários para implementação de um programa ou ação

Exemplo: número de profissionais inscritos/interessados em implementar uma ação de prevenção, % de serviços da rede com condições para realização de uma ação de prevenção.

  • Indicadores-processo: podem ser considerados indicadores intermediários, que quantificam o esforço operacional de alocação de recursos. Estes indicadores podem ser usados na avaliação de eficiência da implementação de um programa ou ação;

Exemplo: número de profissionais capacitados que realizou a ação de prevenção; % de crianças e adolescentes que participaram de todas as atividades previstas.

  • Indicadores-resultado: medem de forma direta o alcance dos objetivos finais de um programa ou ação. Além dos objetivos primários, os programas costumam definir resultados secundários esperados (que podem ser objetivos complementares ou aqueles por meio de quais são alcançados os objetivos primários).

Exemplo: total de ações realizadas, número de pessoas contempladas, % de adolescentes que afirmaram melhoria nos vínculos dentro da sala de aula após finalização do programa escolar de prevenção; % de educadores que perceberam melhoria no clima dentro da sala de aula.

  • Indicadores-impacto: ampliam a lente para acompanhar os efeitos e desdobramentos mais gerais de um programa, que podem ocorrer concomitantemente a ocorrências dos resultados, mas também depois de um longo intervalo de tempo como consequências de alcance dos resultados primários e secundários.

Exemplo: taxas de abandono escolar, prevalência de bullying, taxas de violência, etc.


Qual é a relevância dos indicadores na prevenção? 

No contexto do CRIA, os indicadores oferecem ferramentas essenciais para gestores avaliarem a eficiência e eficácia das ações implementadas, além de possibilitar uma compreensão mais ampla do impacto social e comunitário das intervenções. Com indicadores bem definidos e atualizados, é possível garantir maior transparência, prestação de contas e embasamento científico para a tomada de decisões, ampliando a capacidade de alcançar os resultados desejados e promover mudanças significativas na sociedade.

Quer aprender mais sobre a importância dos indicadores e como utilizá-los de forma prática? Conheça o Guiando a Prevenção – Manual de Monitoramento para Gestores da Prevenção no Campo Álcool e Outras Drogas, uma ferramenta indispensável para fortalecer o impacto das políticas de prevenção.