Fatores associados ao binge drinking, beber frequente ou pesado e primeiro uso de álcool entre adolescentes brasileiros

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"O consumo nocivo alcoólico entre adolescentes é um problema de saúde pública mundial. É importante detectar e compreender os principais fatores que levam o adolescente a iniciar esse consumo e também praticar padrões nocivos. Programas preventivos devem ser realizados para evitar esse consumo ou retardar ao máximo o seu início. O objetivo desse estudo foi compreender a relação entre os fatores demográficos, sociais e familiares associados ao binge drinking (BD), beber pesado (BP) ou beber frequente (BF) e a iniciação ao consumo alcoólico ou a prática de BD. Foi avaliado o efeito do programa preventivo #Tamojunto nesta iniciação. Um ensaio controlado randomizado foi realizado em 72 escolas públicas, com estudantes do 7º e 8º anos, em 6 cidades brasileiras. As escolas do grupo-intervenção receberam o programa #Tamojunto e as escolas do grupo-controle não receberam qualquer programa específico de prevenção ao uso de drogas. Os dados foram obtidos por questionários anônimos de autopreenchimento aplicados na linha de base, 9 e 21 meses depois. No primeiro artigo avaliaram-se os dados da linha de base, em corte transversal, para as associações entre BD anual e BP ou BF mensal e fatores demográficos, familiares e sociais (N=6,387). No segundo artigo, apenas os estudantes abstêmios da linha de base (N=2,649) foram analisados neste seguimento longitudinal e observaram-se os fatores associados à iniciação ao uso de álcool e à prática de binge entre eles e o efeito do programa nestes desfechos. Foram utilizados modelos de regressão logística ponderada e com ajustes de variância escolar. A idade média na linha de base foi 12,6 anos, sendo que 16,5% reportaram BD e 2,2% BP/BF. Os fatores associados ao BD foram: mais idade, consumo de cigarro, maconha e inalantes, notas escolares médias e baixas, agressão verbal, prática de bullying e exposição a familiar embriagado. BF e BP foram associados a consumos de cigarro e maconha, notas escolares médias ou baixas, agressão verbal e prática de bullying. Ao final do estudo, entre os abstêmios 49,7% reportaram o início do consumo alcoólico e 16% iniciaram o BD. O grupo-intervenção apresentou aumento na chance de iniciar a experimentação do álcool entre os estudantes que não moravam com a mãe, quando comparado ao grupo-controle. Os fatores preditores da primeira experimentação foram: consumo alcoólico esporádico dos pais, pai não morar na mesma casa, pertencer a melhor condição socioeconômica, ser do sexo feminino, notas escolares médias e baixas e agressão física escolar. Os preditores da iniciação da prática de BD foram a exposição a mãe embriagada, consumo esporádico do pai e do melhor amigo, ser do sexo feminino, ter mais idade, notas escolares médias e baixas, agressão verbal e prática de bullying. Os resultados apontaram uma clara necessidade de programa preventivo eficaz que, ao contrário do #Tamojunto, reduza a iniciação ao consumo de álcool. Às experimentações associaram-se comportamentos agressivos, piora do rendimento escolar e melhor condição socioeconômica. O consumo alcoólico dos pais e dos amigos podem ser fatores de risco, inclusive os consumos esporádicos."

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Tese

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Português

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Brasil

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Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

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